Medir para controlar
É justamente para melhorar a eficiência dos processos industriais que existe a instrumentação, área da engenharia que reúne as técnicas de medição, registro e controle dos sistemas de fabricação – uma ciência em franco desenvolvimento. Principalmente nas chamadas indústrias de transformação, para que os processos produtivos sejam controlados eficazmente é fundamental medir continuamente seus parâmetros físicos e químicos.
Como isso acontece? Instalados nos equipamentos da fábrica, transmissores medem os valores das variáveis (temperatura, pressão, corrente e frequência elétrica, vazão, nível, densidade e viscosidade de fluidos, etc.) de um determinado processo e os envia na forma de sinais a uma central de controle, onde estão instalados módulos (instrumentos) de controle. Por sua vez, os módulos de controle processam esta informação e, se necessário, enviam sinais que permitem efetuar correções no processo a fim de trazer cada variável ao seu ponto de controle desejado.
Naturalmente, a confiabilidade destes sofisticados sistemas de controle depende diretamente da chegada destes sinais em segurança, sem interferências nem distorções, para que as corretas e necessárias operações de medição e controle possam acontecer. E é aqui que os cabos de instrumentação se tornam fundamentais.
Cabos mais seguros, produção idem
Os sinais transmitidos pelos cabos de instrumentação são muito sensíveis, e apresentam tensão e corrente baixíssimas. Por esta razão, qualquer interferência elétrica que esteja ao redor deles pode causar erros de leitura no sistema de medição e controle – fator que pode comprometer a calibração de todo o processo.
É por isso que os cabos de instrumentação devem ser muito bem isolados desde sua construção. Eles podem ser compostos por muitos pares ou ternas de condutores. Cada par ou terna monitora ou controla uma variável do processo industrial.
Como se sabe, numa planta industrial há correntes elétricas alternadas por todos os lados. Estas correntes geram campos magnéticos ao redor do condutor. É por atuar neste ambiente que os cabos de instrumentação devem ser protegidos contra todas as interferências externas.
Nestas condições, a melhor forma de proteger os sinais de instrumentação é utilizar um cabo devidamente blindado com 100% de cobertura e condutor dreno – a chamada blindagem coletiva. Outra característica fundamental é que os condutores sejam trançados, única forma de construção capaz de anular as correntes elétricas. Quanto menor o passo (tamanho da torção), mais eficiente será a blindagem contra as interferências magnéticas.
Existem também cabos que, além da blindagem coletiva, são dotados de blindagem individual em cada par (ou terna) de condutores. Estes cabos são preparados para resistir a dois outros tipos de ruídos também constantes no ambiente industrial: a interferência de modo comum e o crosstalk.